8 de março de 2010

Perfil Maçônicos


Os Maçons são os arquitetos — literalmente e figurativamente — da Ordem da Razão. Ao longo dos séculos, eles reuniram ordens separadas, estabeleceram casas em comunidades mortais e usaram seus mistérios Divinos para proteger as pessoas comuns. Além disso, eles são humildes; em vez das catedrais utilizadas pelas outras Convenções, os Maçons preferem uma simples capela. Uma pessoa poderia pensar que eles são populares, até mesmo reverenciados; mas, em vez disso, esses Artesãos escondem-se atrás de muralhas de malentendidos. Seus crimes? Eles dispararam o primeiro tiro na Guerra da Ascensão, mas ainda pior, ousaram tratar as pessoas comuns como iguais, até mesmo superiores, aos magi e à nobreza.
      
A reunião que criou os Altos Artesãos originais estabeleceu as bases para a capela dos Maçons. Instruídos na geometria sagrada e nos conhecimentos esotéricos, esses "maçônicos" compreendem a relação entre a matemática, os elementos, a Divindade e a alma humana. Suas Artes, canalizadas através da arquitetura e das invenções, aproveitam-se de Baixíos e Crays, concentrando poderes mágikos em locais auspiciosos. Cada pedra colocada e cada parede levantada é um ritual dedicado à construção de algo maior. Cada criação torna-se um símbolo de uma Unidade maior.

Há muito tempo, o Monte Ossa Calyx e o Collegium Praecepti deram origem a guildas que preservaram os segredos da alquimia, da arquitetura, do comércio e do transporte após a queda de Roma. Durante essa era sombria, o orgulho e a inveja dividiram essas guildas em dezenas de fragmentos. As seitas "Maçons" resultantes ofereceram variações da geometria sagrada, mas raramente com os conhecimentos da verdadeira orientação Divina. Para preservar o Ars Praeclarus, os mestres de diversas guildas deixaram de lado as grande obras; em vez disso, dedicaram suas sociedades ao homem comum e a Deus.

Lentamente, essas guildas construíram capelas com arquitetos mortais e começaram a passar adiante os segredos antigos. Guerras ocasionais entre casas atrapalhavam o trabalho, mas as alianças reforçavam as muralhas. Quando Wolfgang von Reismann convocou sua Reunião da Praça, a capela tornou-se um portão; quando os Maçônicos resultantes declararam guerra às Casas de Hermes, o portão tornou-se um castelo.

Um castelo era necessário; conforme os mestres das guildas compilavam seus arquivos, perceberam padrões perturbadores: sem ajuda, as pessoas comuns ficavam presas num labirinto infinito de escravidão mortal e predação sobrenatural. Com seus martelos à mão, os Maçônicos começaram a demolir o labirinto, primeiro ao circular textos sobre os inimigos, depois encorajando o livre comércio e a manufatura avançada. Quando necessário, esses presentes eram protegidos por canhões, bestas, fogo grego e outras inovações "impossíveis". O maior golpe — a Convenção da Torre Alva — balançou o labirinto com tanta força que ele continua a estremecer até hoje.

Mais de um século depois, os Maçônicos tornaram-se mágicos camponeses. Deixando de lado a ostentação de magos rivais, esse grupo usa apenas o que é necessário. Longos séculos de cooperação estabeleceram um elo entre os trabalhadores comuns e os Artesãos Iluminados. O resultado é uma Convenção humilde mas poderosa que combina doutrinas esotéricas e muito esforço.

Mas agora esse castelo foi cercado pela tempestade. Os magos Herméticos juraram vingança por Mistridge; "Casas Maçônicas" rivais contra-atacam em todas as oportunidades; revoltas camponesas, encorajadas pelos Maçons, tornam-se perseguições; mesmo a Alta Guilda, um produto das atividades Maçônicas, agora zomba dos valores de seus fundadores. O sonho tornou-se uma tempestade e seus ventos balançam a fortaleza dos Maçons.

Os Maçônicos reverenciam o homem comum, mas os outros grupos consideram-no uma ferramenta. Isso causou um cisma entre os fundadores e seus antigos aliados. Embora ainda façam parte da Ordem, os arquitetos começaram a deixá-la. Embora ainda mantenham as guildas que sustentam a Ordem da Razão, Magistrados Maçons começaram a hostilizar sua própria criação. Como Stephen Travanus (o verdadeiro Robin Hood), muitos desses magi estabeleceram sociedades secretas e bandos de fora-da-lei. Os Artesãos Sagrados tornaram-se traidores secretos entre seus companheiros. O castelo treme. Por quanto tempo ele irá agüentar?

Filosofia: A feitiçaria é ociosa e profana; as coisas boas provêm de muito esforço. Defeitos convidam ao desastre. Uma construção imperfeita precisa ser derrubada e construída outra vez.

Quando Deus fez o mundo, ele deixou Sua marca nele — um Grande Projeto simbolizado por uma única rosa vermelha com 99 pétalas. Cada uma dessas pétalas circunda um único botão; o centro simboliza a Unidade, e Unidade é força. Como a rosa, uma estrutura perfeita combina elementos diferentes num todo unificado. Assim, nossa filosofia mistura aspectos esotéricos e simbólicos em obras concretas — obras que refletem o trabalho de Deus.

(Alguns relatos afirmam que o Collegium Praecepti destruiu Roma, planejando reconstruí-la com sua antiga glória. Da mesma forma os Maçons destroem magi rivais, sociedades feudais e os castelos que ajudaram a construir. Quando tudo vai abaixo, eles reconstroem de novo.)

Estilo e Ferramentas: A mágika é um ofício; um feitiço é construído, não "lançado". A maioria das operações envolve ferramentas poderosas; uma criação, o Viasílico, é o auge das Artes Maçônicas. Todas as ferramentas superiores dos maçons — níveis, cinzéis, réguas, martelos e prumos — têm importância ritual e simbólica, assim como utilidades práticas. Ferramentas inferiores — armas, canhões e bestas empunhadas numa mão que muitos Maçônicos utilizam — simbolizam o compromisso dos Maçons com a força quando necessário.

Organização: Nas casas, os Maçônicos reconhecem 33 níveis de realização que se aproximam dos títulos Dedaleanos. Nove guildas funcionam dentro da Convenção: o Cálice (curandeiros); a Moeda (mercadores); o Nível (reformistas políticos); a Espada (armeiros), a Cicuta (espiões e assassinos); o Cinzel (arquitetos e professores); a Flecha (caridade); a Pedra (trabalhadores); e o Pergaminho (professores e escribas). Alguns relatos afirmam que um misterioso "círculo de anciões" governa os Maximi, mas é impossível comprovar a lenda.

Maximi: Uma sucessão de trabalhadores humildes, escolhidos todos os anos por eleições.

Iniciação: Muitos Artesãos Sagrados começam como artífices mortais que aprendem os segredos superiores através dos símbolos empregados pelo grupo. Ao meditar num local de inspiração arquitetônica, um novato recebe visões do Grande Ideal e Desperta. A partir de então, ele recruta um responsável, que o levará através de uma série de testes. Se passar, um novo Artesão junta-se ao grupo. Caso não consiga, muitas vezes ele é mantido como um assistente estimado.

Daemon: A maioria dos Maçônicos ignora seus Daemons, considerando-os ilusões ou tentadores demoníacos; no entanto, alguns místicos vêem os espíritos como mentores fantasmagóricos ou "Mestres Ocultos" que transcenderam a forma mortal.

Afinidades: Matéria e Terra.

Seguidores: Trabalhadores, armeiros, clérigos radicais, comerciantes, bandidos, parteiras, boticários

Conceitos: Mentor, visionário platônico, reformista, místico gnóstico, chefe de casa, líder fora-da-lei, Facilitador, arquiteto, bibliotecário ocultista, artilheiro, caçador de monstros


Estereótipos


Magi do Conselho: Tiranos e sanguessugas, dominando o homem e defecando no chão do templo de Deus.

Dedaleanos: Com exceção dos Artífices, essa catedral despedaçada precisa ser demolida e reconstruída. Realmente uma vergonha. Foi preciso tanto esforço...

Infernalistas: Entulho de um castelo construído por um louco.

Discrepantes: Algumas dessas pedras são boas para a construção; outras estão rachadas ou deformadas e precisam ser descartadas ou despedaçadas para serem usadas como cascalho.

Desauridos: Cinzas e tempestades de poeira.





O milagre mais poderoso é uma simples
tarefa executada corretamente.


Referência bibliográfica
BRUCATO, Phil. Mago: a cruzada dos feiticeiros. São Paulo. Devir. 2002.
 

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